O primeiro vinho nacional de Denominação de Origem Protegida (DOP) sem adição de sulfuroso, foi lançado esta semana para o mercado e promete acabar com as dores de cabeça do dia seguinte. O mentor deste vinho é Filipe Madeira, director comercial da Casa Agrícola Roboredo Madeira (CARM), juntamente com o enólogo António Ribeiro.
De acordo com o responsável, os sulfitos, também conhecidos por enxofre, são os responsáveis pelas dores de cabeça que muitas pessoas sentem ao acordar, após o consumo de vinho do dia anterior.
Em entrevista à Agência Lusa, Filipe Madeira contou que, para conservar este vinho sem a adição do sulfuroso, é seguida uma «metodologia específica de produção», nomeadamente o «cuidado a ter com a atmosfera controlada, sem oxigénio, em todo o processo», que vai desde a fermentação ao engarrafamento.
O novo CARM DOP Douro, trata-se de um vinho de 2009, proveniente de uvas Touriga Nacional, a casta escolhida pela empresa de Almendra (Vila Nova de Foz Côa), para experimentar o novo método. Filipe Madeira acredita que este vinho, aprovado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), tem «valor acrescentado para o Douro» e que os vinhos sem sulfuroso vão ser «necessariamente o futuro».
A empresa CARM foi criada em 1999, «para trabalhar com a herança das propriedades de vários séculos da família», contou à Lusa o fundador, Celso Madeira. «Fomos talvez a primeira entidade a apostar nos vinhos do Douro Superior, com uma vinha de muito alto rendimento plantada já em 1965, quando os vinhos do Porto e do Douro eram fundamentalmente produzidos do Pocinho para baixo, quando ainda ninguém falava nesta região», recordou. Para a vindima que começa já em Setembro, a CARM pensa aumentar a produção dos seus vinhos sem adição de sulfuroso para os 50% da colheita total.
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